A Palavra

Eugene H. Peterson, professor emérito do Regent College, em Vancouver – Canadá, diz o seguinte: Esse livro (a Bíblia) nos torna participantes no mundo da existência e da ação de Deus; nós não participamos dele em nossos próprios termos. Não elaboramos a trama nem decidimos qual será o nosso personagem. Esse livro tem poder gerador: coisas acontecem conosco quando permitimos que o texto nos inspire, nos estimule, repreenda, apare as arestas. Ao chegar ao fim desse processo, não somos mais a mesma pessoa.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Um Trabalho de Amor e Unidade.




“Respondeu Jesus: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele. Aquele que não me ama não obedece às minhas palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou. “Tudo isso tenho dito enquanto ainda estou com vocês. Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu disse. Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo. “Vocês me ouviram dizer: Vou, mas volto para vocês. Se vocês me amassem, ficariam contentes porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Isso eu digo agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam. Já não falarei muito, pois o príncipe deste mundo está vindo. Ele não tem nenhum direito sobre mim. Todavia é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço o que meu Pai me ordenou. Levantem-se, vamo-nos daqui!”

João 14:23-31 NVI


Esse pequeno texto do evangelho escrito por João nos traz o trabalho em unidade de Jesus, de Deus Pai e do Espírito Santo. São palavras que Ele disse aos seus discípulos É a Trindade trabalhando em perfeita unidade para o resgate da humanidade, cada um em um papel específico nesse momento.


O papel de Jesus foi despojar-se de sua glória e descer à Terra entrando em nossa dimensão através de um nascimento humano, embora por meio de uma concepção sobrenatural em que já vemos o trabalho do Espírito Santo em unidade com a vontade do Pai. Notem que desde o início dessa missão, Eles sempre trabalharam em conjunto, aliás como sempre o fizeram, desde a criação do mundo e continuam fazendo até hoje, até que a restauração de tudo seja completada.


Jesus veio revelar-nos o Pai, tornar conhecidas as Suas palavras e a Sua vontade e fazer a expiação dos nossos pecados através da Sua total obediência à vontade do Pai, coisa que não fomos capazes de cumprir desde o nosso primeiro espécime lá no Éden. Foi por isso que Jesus deixou a Sua glória e perfeição junto ao Pai fazendo-Se carne e descendo ao nosso nível de humanidade a ponto de dizer aos discípulos (no texto do início) que eles deveriam se alegrar porque Ele estava voltando para o Pai que era "maior" do que Ele. De fato, naquele momento, em que Jesus aceitou vestir a nossa natureza humana, Deus Pai era maior do que Ele. No entanto, não se engane, Jesus nunca deixou de ser Deus; Ele e o Pai eram UM, sempre foram e sempre serão. Veja o que Ele mesmo diz em João 10.30: "EU E O PAI SOMOS UM". Porém, no momento em que Ele assumiu a nossa humanidade, não era parte do plano de Deus que Ele exercesse a plenitude da divindade que n'Ele habitava, como nos mostra esse versículo em Colossenses 2.9: "Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade". Jesus "refreou" Sua divindade usando-a apenas em momentos estratégicos em que tudo redundaria em glória para o Pai e socorro para o ser humano.


Jesus sempre teve o controle da situação e tudo o que Lhe aconteceu só aconteceu porque fazia parte do plano impressionante e sem igual da maravilhosa Trindade em favor do ser humano. Ninguém "tirou" a vida de Jesus, Ele mesmo a entregou porque era necessário para a expiação dos nossos pecados segundo as leis que regem o mundo espiritual. Em João 10 versos 17 e 18 Ele diz: "Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai."


Essa total obediência e confiança plena no plano do Pai foi o que faltou em Adão e Eva que, por esta razão, caíram derrubando com eles toda a humanidade; isso vem sendo repassado de geração em geração até hoje; herdamos esta culpa do primeiro ser humano. Ninguém pense que por ser bonzinho ou praticar boas obras estará isento da culpa herdada no mundo espiritual. Isso não é "causa" de salvação segundo as leis de Deus. As boas obras são, ou deveriam ser, "consequência" dessa salvação, e tem mais, só serão aceitas por Deus como boas obras autênticas caso sejam derivadas da fé, da obediência e do amor sacrificial que motivou Jesus a se entregar por nós. Caso contrário, serão apenas "címbalos que retinem" como disse Paulo aos Coríntios. Se a base das boas obras for outra qualquer como por exemplo: preocupação com a opinião dos outros; desejo de se fazer notar dentro de um grupo social; necessidade de apresentar resultados para se sentir bem consigo mesmo, ainda que a preocupação com o outro seja genuína; um temor sincero pelo futuro dos nossos filhos dentro de um planeta deteriorado ou mesmo uma intenção de "garantir" nosso destino pós vida, ou pós morte, como queiram, nada disso terá valor (digo valor para salvação) diante de Deus. Boas obras só serão reconhecidas por Ele quando tiverem origem em um espírito regenerado, e, regeneração do espírito autenticada e reconhecida por Deus só acontece dentro dos requisitos estabelecidos por Ele mesmo. Nas leis de Deus, regeneração do espírito se dá por meio do sangue imaculado derramado por Cristo lá na cruz. Nem a mais sincera atuação em bondade, nem a reunião de todos os atos de caridade e o esforço dedicado de toda uma vida terão validade diante de Deus se não passarem primeiro pela purificação do sangue de Jesus e continuarem debaixo dessa validação, simplesmente porque esta é a lei estabelecida por Deus no mundo espiritual desde o princípio.


No mundo físico também temos leis e não podemos usar outros caminhos que não sejam os trâmites permitidos juridicamente. Ninguém pode, por exemplo, sendo réu, levar a mãe do seu advogado para defendê-lo em um tribunal apenas por ser a mãe dele, obviamente! Ou então, levar um amigo muito capacitado em neurocirurgia para assumir seu caso apenas por ser ele um grande amigo e ótimo em sua profissão. Nem ainda, escolher um prêmio Nobel da paz para representá-lo, pois jamais serão aceitos se não estiverem devidamente incluídos na OAB. Existem caminhos legais que são respeitados em nosso sistema judiciário por mais imperfeito que ele seja, por que, então, tentaríamos mudar o sistema divino que é perfeito por natureza? Deus estabeleceu que só seremos recebidos e absolvidos do pecado que herdamos (ainda que involuntariamente) através de Jesus Cristo, o único advogado cadastrado na OAC ( Ordem dos Advogados do Céu) como costuma dizer meu marido. Veja o texto em I João 2.1: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo..."


Por fim, vemos também a atuação do Espírito Santo em todo o processo. Depois que Jesus cumpre Sua missão, morrendo e ressuscitando, Ele volta para o Pai, nos céus, de onde envia o Consolador para ficar conosco até o fim, até à "consumação dos séculos", para usar uma linguagem bíblica. O Espírito Santo veio com a missão de nos trazer à memória as palavras e os ensinamentos de Jesus, bem como nos trazer discernimento e compreensão das coisas celestiais e nos guiar a "toda verdade" como disse o próprio Jesus. Além disso tudo, Ele é o nosso Consolador, designado para nos acompanhar todos os dias até o fim. Ele é tão importante e imprescindível em nossa vida que não conseguiríamos sentir nada do mundo espiritual sem a Sua presença e atuação em nosso espírito. Ele é o nosso selo em Cristo, a garantia da nossa redenção, como está registrado em Efésios 1.13-14. Sua importância é tamanha que Jesus faz um seríssimo alerta em Mateus 12.31-32: “Por esse motivo eu digo a vocês: "Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na que há de vir.” Muita gente não leva isso a sério, outros nem sequer conhecem este alerta...


Fique atento! Não deixe passar as chances que Deus tem colocado em seu caminho. Houve um sacrifício sem medidas por parte da Trindade Santa em favor da sua vida. Não negligencie isto, as oportunidades passam e podem não voltar... Peça orientação ao Espírito Santo e vc receberá com certeza.