O livro milenar chamado Bíblia é conhecido no mundo todo como A Palavra. Costumamos ouvir nas Igrejas: A Palavra diz, a Palavra aconselha, a Palavra exorta, ordena, ensina etc. Isso é muito familiar aos ouvidos de qualquer cristão comprometido com sua fé e frequentador de alguma Igreja. Mas, é totalmente estranho para aquele que não faz parte desse contexto. Por isso, faço questão de colocar aqui que me refiro à Bíblia quando uso estes termos.
A Palavra
Eugene H. Peterson, professor emérito do Regent College, em Vancouver – Canadá, diz o seguinte: Esse livro (a Bíblia) nos torna participantes no mundo da existência e da ação de Deus; nós não participamos dele em nossos próprios termos. Não elaboramos a trama nem decidimos qual será o nosso personagem. Esse livro tem poder gerador: coisas acontecem conosco quando permitimos que o texto nos inspire, nos estimule, repreenda, apare as arestas. Ao chegar ao fim desse processo, não somos mais a mesma pessoa.
Uma
das coisas mais lindas que eu assisti na minha vida, foi a Paixão de Cristo
encenada no Teatro ao vivo de Nova Jerusalém, Pernambuco. Como muitos sabem, é
um teatro onde você acompanha os artistas, caminhando de palco em palco, onde
são montadas as cenas. Você tem a sensação de estar vivendo mesmo tudo aquilo.
Chorei de me acabar, claro, mas o que mais me emocionou foi a ressurreição,
quando Jesus sai daquela tumba com roupas brancas e um aspecto tranquilo de
paz, porém, com um brilho especial que confirmava a vitória e autoridade
estrondosas que Ele tivera sobre a morte e os seus executores; totalmente
diferente de quando fora colocado ali na sexta-feira, depois da Sua morte na
cruz.
Esta
cena descrita abaixo por João, um dos seus discípulos, também é linda e nos
enche de esperança ao lembrarmos que, um dia, também o veremos, vestido de toda
sua glória e majestade. Leia com o espírito rendido a este fato; Ele
ressuscitou mesmo!
No primeiro dia da semana, bem cedo,
estando ainda escuro, Maria Madalena chegou ao sepulcro e viu que a pedra da
entrada tinha sido removida.
Então correu ao encontro de Simão Pedro e do outro discípulo, aquele a quem
Jesus amava, e disse: "Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o
colocaram! "
Pedro e o outro discípulo saíram e foram para o sepulcro.
Os dois corriam, mas o outro discípulo foi mais rápido que Pedro e chegou
primeiro ao sepulcro.
Ele se curvou e olhou para dentro, viu as faixas de linho ali, mas não entrou.
A seguir Simão Pedro, que vinha atrás dele, chegou, entrou no sepulcro e viu as
faixas de linho, bem como o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus. Ele
estava dobrado à parte, separado das faixas de linho.
Depois o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, também entrou. Ele
viu e creu.
( Eles ainda não haviam compreendido que, conforme a Escritura, era necessário
que Jesus ressuscitasse dos mortos. )
Os discípulos voltaram para casa. Maria, porém, ficou à entrada do sepulcro,
chorando. Enquanto chorava, curvou-se para olhar dentro do sepulcro
e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus,
um à cabeceira e o outro aos pés.
Eles lhe perguntaram: "Mulher, por que você está chorando? "
"Levaram embora o meu Senhor", respondeu ela, "e não sei onde o
puseram".
Nisso ela se voltou e viu Jesus ali, em pé, mas não o reconheceu.
Disse ele: "Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando?
" Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: "Se o senhor o levou
embora, diga-me onde o colocou, e eu o levarei".
Jesus lhe disse: "Maria! " Então, voltando-se para ele, Maria
exclamou em aramaico: "Rabôni! " (que significa Mestre). Jesus disse:
"Não me segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus irmãos
e diga-lhes: Estou voltando para meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês".
Foi para nos
tornar “filhos” de Deus, como Ele, que Jesus enfrentou tudo aquilo. E o mais
importante: Ele venceu e está vivo, em outra dimensão, onde também estaremos um
dia, festejando a sua vitória e adorando ao único Deus que pode garantir a vida
eterna aos que são seus filhos. Deus é “infinitamente” Santo e absolutamente
Perfeito; apenas Ele mesmo poderia nos aperfeiçoar até este nível. E foi isso
mesmo que Ele fez ao enviar Jesus para nascer de modo sobrenatural, viver e
morrer, também de modo sobrenatural, visto que Ele nunca pecou apesar de estar
revestido da natureza humana. Se não fosse pelo sacrifício, em pureza absoluta,
de Jesus, não haveria como purificar o nosso espírito da degeneração que o
pecado nos trouxe, nem poderíamos apagar nossos erros e anular nossos defeitos
ao ponto de satisfazer a perfeição de Deus, por mais que vivêssemos zilhões de
vidas e enfrentássemos outros zilhões de mortes.
Graças a Jesus,
não precisamos disso, porque a morte dele cumpriu todos os requisitos da
perfeição absoluta de Deus. Ele conquistou para nós a justificação, o perdão e
a santidade necessária para que possamos também ser filhos do Altíssimo.
Alegre-se! Ele está vivo e venceu a morte e o pecado por nós!!!!
Muita gente, atéhoje, não
entende, outros nem sequer se preocupam ou se lembram, outros, por incrível
que pareça, ainda desconhecem ou não creem na existência da execução mais desumana da
História, e
muito menos no Executado. Desumana porque o “ser humano” em
questão, (sim, Ele também foi humano) era completamente
inocente e puro no sentido pleno da palavra. Não
havia nele culpa nenhuma de qualquer natureza. Mesmo assim, foi executado da
maneira mais torturante que se possa imaginar. Sofrendo, ao mesmo tempo, todos
os tipos de angústias
que atingem a humanidade; todas caíram
sobre Ele de uma vez só.
Ele foi cuspido, humilhado, esbofeteado, açoitado com o pior
tipo de instrumento, que é
o azorrague; uma espécie
de chicote com várias
cordas terminando em pontas de metal que dilaceravam a pele e músculos do condenado.
Depois, recebeu uma coroa de espinhos que lhe foi colocada na cabeça da maneira mais
violenta possível
para que, assim, machucasse muito o couro cabeludo e a fronte. Em seguida, foi
obrigado a carregar sua própria cruz, já exausto
e enfraquecido pela tortura, até o Gólgota; onde foi pregado pelas mãos
e pés no madeiro. Ali, sofreu dores inimagináveis
por muitas horas, padeceu pelo frio ―
era inverno quando Ele foi para a cruz ―
sentiu fome, sede, sentiu a zombaria dos executores e também
a tristeza e a dor de sua mãe e dos que acreditavam na Sua
palavra, eles estavam todos ali, ao pé da cruz presenciando seu imenso
sofrimento.
Apesar de toda a dor, Ele continuou amando, consolando os que
sofriam por Ele, salvando ―
um dos ladrões, executados ao seu lado ―
e rogou ao Pai que perdoasse os seus carrascos. Realmente, esse tipo de amor vai
muito além daquilo que conseguimos sentir ou mesmo entender. No livro ―Sangrando até à vida ―
falei bastante sobre isso, que é uma das coisas que mais me
impressionam no amor tão despojado de Si mesmo que Deus nos
oferece em Seu Filho, Jesus Cristo. Vou transcrever um bom pedaço
da página 216 do livro:
“...o
Messias levou sobre si as transgressões,
a iniquidade, as enfermidades e todas as dores do mundo. Podemos imaginar, então, a razão pela qual o seu sacrifício resultou no “massacre” que temos conhecimento. Ele carregou
todas as penas, todas as culpas que nos cabiam como infratores da justiça santa de Deus. O primeiro ser humano
decidiu desobedecer, decidiu tomar conhecimento do mal, e mal é isso: todas as piores dores do mundo;
as enfermidades, a violência,
a dor física, o desprezo, a rejeição, a injustiça, o deboche, a ofensa, o abandono a fome, a sede etc., tudo
o que Jesus sofreu naquela cruz, e por fim, a morte. Quando penso em tudo isso,
não vejo como não adorar a um Deus assim, que é verdadeiramente Deus, verdadeiramente corajoso e
verdadeiramente amoroso a ponto de suplantar o mal através da entrega do supremo Bem, que é Ele próprio. Ele é
o oposto de todo o mal, mas aceitou ser envolvido em suas garras para nos
libertar dele, para que não
tivéssemos que nos ver algemados a esse
peso massacrante para sempre e, além
de tudo, sofrer sem alívio
todas as penas que o mal nos impõe.
Há muitos que não entendem e não aceitam o mistério da cruz de Cristo. Porém, nada de novo nisso
também, pois o apóstolo Paulo já dizia: “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (I Cor. 1:18). O momento da cruz visto sob a ótica humana e racional não nos fala de vitória, pelo contrário, nos fala de
derrota, de subjugação, de impotência, de morte, porém, no espírito que é regenerado e
iluminado pelo Espírito Santo, tudo isso é refletido pela cruz da maneira como as coisas realmente aconteceram no
mundo espiritual. Cristo não foi derrotado, Ele
venceu; Cristo não foi subjugado, Ele
se submeteu por livre escolha; Cristo não estava impotente diante dos seus carrascos, pelo contrário, seus carrascos desconheciam Sua força real naquele momento; e por fim, Ele não sangrou atéà morte, Ele sangrou atéà vida; vida que ele conquistou para nós quando decidiu enfrentar a morte e, ao contrário do que se pensa, subjugá-la. A morte não o reteve, Ele
ressuscitou e venceu o poder da morte.”
Por isso, acredite! Ele é o Único que tem “legalidade”
para garantir a sua vida depois desta vida. Ele é Deus, e guarda com Ele as origens da
vida e a vitória sobre a morte! Alegre-se!! Ele ressuscitou e é
digno de ser adorado!