A Palavra

Eugene H. Peterson, professor emérito do Regent College, em Vancouver – Canadá, diz o seguinte: Esse livro (a Bíblia) nos torna participantes no mundo da existência e da ação de Deus; nós não participamos dele em nossos próprios termos. Não elaboramos a trama nem decidimos qual será o nosso personagem. Esse livro tem poder gerador: coisas acontecem conosco quando permitimos que o texto nos inspire, nos estimule, repreenda, apare as arestas. Ao chegar ao fim desse processo, não somos mais a mesma pessoa.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

AS CRIANÇAS DE DEUS




 Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Eu asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus.

 Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste.  JESUS CRISTO em Mateus 18:2-4 e 10 NVI

Neste trecho do livro de Mateus, Jesus tem uma séria conversa com seus discípulos na qual Ele ressalta o valor das crianças em sua inocência e humildade e assegura a posição privilegiada delas diante de Deus. A criança é exemplo de grandeza no reino celestial exatamente por sua pureza de sentimentos, sua facilidade em se livrar rapidamente de qualquer sentimento de rancor e vingança, e também por sua incrível capacidade de continuar confiando nos adultos mesmo quando estes traem sua inocência. Mesmo em toda esta vulnerabilidade, a criança é citada por Jesus como exemplo de quem é "maior" no reino de Deus. Tanto que Jesus adverte que se não nos tornarmos iguais às crianças, jamais entraremos no reino dos céus.

As crianças terão, sim, um lugar muito especial no reino de Deus, assim como já possuíam, desde sempre, um lugar privilegiado no coração de Jesus. O Mestre jamais impediu os pequeninos de se aproximarem d'Ele, e quando os discípulos tentavam poupá-Lo da curiosidade infantil, eram sempre exortados com firmeza. Confira esse registro de Marcos: “Alguns traziam crianças a Jesus para que Ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam[1] . Quando Jesus viu isso, ficou indignado[2]  e lhes disse: Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”. Em seguida, tomou as crianças nos braços, impôs-lhes as mãos e as abençoou.  Marcos 10:13-16 NVI.

Você está vendo aqui um Mestre amoroso, preocupado com o universo infantil e todas as suas necessidades, enquanto a sociedade da época nem sequer contava as crianças, assim como acontecia com as mulheres. Durante todo o Seu ministério aqui no mundo, Jesus Cristo tratou de corrigir os valores deturpados que a sociedade impunha sobre as crianças, sobre as mulheres, sobre os pobres, os doentes, enfim, sobre todos os negligenciados de qualquer comunidade em que Ele chegava. Jesus era movido pelo amor e pela onisciência de quem criou todas as coisas e toda forma de vida, conhecendo, portanto, o valor real de tudo e de todos.

Tendo essa virtude divina de conhecer profunda e totalmente toda a Sua criação, Ele jamais permitiria que a cultura, a tradição e todos os mecanismos usados pelo ser humano no início da sua organização em sociedade deformassem ou reduzissem a importância de nada, muito menos de seres que Ele, o Pai e o Espírito Santo criaram à Sua imagem e semelhança. Qualquer ser vivo merece respeito e proteção, vemos isso nas próprias palavras de Jesus aos Seus discípulos explicando que nem sequer um simples pardal cairia por terra sem o consentimento de Deus, que faz tudo com propósitos definidos dentro da vida doada às Suas criaturas.

As crianças são exemplo de fé pura e inocente e ai daqueles que desprezarem e desrespeitarem essas virtudes infantis. Deus não deixará barato para ninguém que ouse interferir nessa inocência seja da forma que for. Uma sentença pesada está por trás dessas palavras do próprio Jesus quando ressalta o valor das crianças diante de Deus no texto em Mateus 18. 6-7 ; leia com atençaõ : Mas, se alguém fizer cair no pecado um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar. Ai do mundo, por causa das coisas que fazem cair no pecado! É inevitável que tais coisas aconteçam, mas ai daquele por meio de quem elas acontecem!

Toda forma de vida merece preservação e cuidado, mas nem toda forma de vida teve a honra de ser criada à semelhança de Deus, apenas nós, seres humanos recebemos este privilégio. Na Bíblia o ser humano é chamado de "coroa da criação"; ou seja, estamos no topo da pirâmide da vida e recebemos, de Deus, a incumbência de cuidar de toda fauna e flora do planeta. Obviamente para um evolucionista isso não faz sentido nenhum, porém, os mistérios do surgimento da vida são descritos na Bíblia como sendo orquestrados por uma fonte de sabedoria infinitamente superior a simples moléculas boiando em uma "sopa primordial" para depois transformarem-se em aminoácidos através da ação de raios ou calor num processo de bilhões de anos até gerarem a imensa variedade de organismos complexos que conhecemos hoje.

Quando notamos a máquina maravilhosa e perfeitamente elaborada para funcionar em detalhes moleculares impressionantes que é o corpo humano, sentimos que não haveria nada na Criação que fosse capaz de evoluir sem ajuda até atingir tamanha harmonia e propósitos tão bem definidos. Toda a Criação proclama a presença de um Criador, que está muito além de uma infinidade de partículas subatômicas com capacidade de organização própria.

Para podermos usufruir das coisas magníficas do Reino deste Criador, Deus, precisamos agir como as crianças, elas não ficam questionando os pais sobre o porquê de se usar a linguagem Java em programação, ou como é que em um computador ela consegue jogar com pessoas que estão do outro lado do planeta, ouvir a voz dessas pessoas e comunicar-se com elas em segundos. Seria uma completa inutilidade para a criança tentar entender os pormenores da computação, pois sua mente jamais alcançaria tudo o que se passa por trás de uma rede de internet. A criança simplesmente joga e aproveita o que pode compreender dessa maravilha tecnológica. 

Nossa situação em relação à fé e as coisas de Deus é semelhante. Certas coisas jamais conseguiremos entender enquanto estivermos neste estágio infantil de conhecimento. Apenas depois que alcançarmos a outra dimensão é que poderemos compreender todos os detalhes. Enquanto isso, se não nos colocarmos como as crianças, não aproveitaremos as possibilidades que a fé nos concede, assim como não entraremos no reino de Deus pois para isso precisamos crer, e não questionar, assim como faz a criança.

 “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele”.    Colossenses 1:16



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